15 August 2009

As minhas impressões sobre o American Dream

O meu orientador de investigação, um estudante de doutoramento nos seus 25 anos, a certa parte da conversa diz que este fim-de-semana vai ver a mulher. Um outro professor de 30 anos casou-se há algumas semanas e já vive numa casa que, pelo que conta, é uma mansão. E, observa, enquanto lhe falamos do mercado de trabalho europeu, menos de 50 mil dólares ao ano para a nossa profissão é pouco. A juventude na América não é sinónimo de incertezas, mesmo com a crise em vista. A dependência dos jovens europeus, que sem grandes alternativas adiam a saída de casa até aos 30 anos, espanta-os. Sim, o american dream é mesmo verdade: aqui sonha-se com casa e família desde muito cedo, contam as pessoas pouco mais de 20 anos.

Mas aqui existe a expectativa de se atingir o topo da carreira académica aos 36 anos, como nos diziam há dias. Mas aqui um doutorado pode trabalhar na faculdade, numa empresa de consultoria e aspirar a um emprego bem pago. E conseguir encontrá-lo. Em Portugal, e mesmo em muitos países europeus, as perspectivas são menos sorridentes. Temos mais incertezas. Temos menos poder de compra, mesmo com uma moeda mais forte.

Será este o preço que nós, europeus, pagamos por um sistema de educação, desde a básica à superior, e de sáude que funcionam e são gratuitos e universais? Última nota: nenhum país é perfeito, nenhum país nos oferece tudo.

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