31 March 2009

Ainda Bologna em imagens

Tendo chegado mais cedo a Bologna que o resto do grupo na sexta e tendo cerca de seis horas até à partida para Innsbruck aproveitei para fazer mais alguns registos fotográficos da cidade. Uma experiência deliciosa.



25 March 2009

O meu momento emigrante

Recebi uma encomenda de Portugal e fiquei todo contente...

Imagens de Bologna

Algumas imagens da visita que fizemos no sábado a Bologna. Uma expedição a repetir...

A Fontana del Nettuno com a sua estátua que, na verdade, representa o Papa Pio IV e o seu domínio sobre a cidade.

O coração da cidade é a Piazza Maggiore, mesmo junto do impressionante edifício da câmara municipal, da Fontana del Nettuno e, claro, da basílica de San Petronio.

O interior muito luminoso da basílica de San Petronio.

As duas principais torres de Bologna, chamadas Asinelli, a mais alta, e Garisenda.

Vista da parte sul da cidade de Bologna a partir do topo da torre Asinelli.

Morangos numa das coloridas bancas dos mercados e lojas de comida nas ruas de Bologna. Impressionante. A cidade merece a sua fama gastronómica e a alcunha de La Grassa.

Compras na feira de Cesena

Para minha alegria, a feira de Cesena não se esgota na venda de cenouras, batatas e roupa roxa. Quando perdia quase a esperança, a contar pelos dedos das mãos as tendas que faltavam, lá encontrei, por fim, o que procurava: umas luvas para ski. Nada feias. Nada caras. Cinco euros no meio daquela feira contra os vinte e cinco euros, feito já o desconto, na loja parece um excelente negócio. Se elas aguentarem um fim-de-semana como as outras aguentariam uma vida, dou-me por satisfeito.

Bambini, ficas na moda por 20 escudos...

Na feira aqui de Cesena, os vendedores acompanham as novas tendências da moda, como se estivessemos numa qualquer loja de Milão ou Paris. É que nunca tinha visto tanta roupa roxa junta.

Curioso

Curiosamente, aqui em terras italianas o cappuccino custa sempre menos que um café, apesar de, na prática, ser mais que um café expresso. O cappucino, soube entretanto, é tipicamente italiano, como o nome já fazia suspeitar, e talvez isso explique tudo. Afinal, lá em Portugal, a bica também não tem um preço irrisório? Feitas as contas, em Itália, beber um cappucino não é um dever de qualquer turista, mesmo que acidental, mas antes um direito.

Ainda vai haver o sábado em que acordo cedo e vou fazer o mesmo que este senhor que fotografei em Bologna...

21 March 2009

Vamos a ver se não acabo como uma perna partida...

Confirma-se. No próximo fim-de-semana não estarei em Cesena. Nem em Bologna. Nem em qualquer cidade italiana. Estarei a fazer, pela primeira vez, ski numa estância austríaca em Innsbruck. Conseguimos um pacote bastante barato (eu diria mais, baratíssimo) e completo, especialmente feito a pensar em estudantes como nós, sem experiência ou equipamento. Espero que o pacote não seja tão completo ao ponto de incluir falta de jeito...

Foto: Google Images

Bologna

A viagem a Bologna não poderia ter corrido melhor. Valeu bem a pena a espera. A cidade é realmente muito bonita e cada canto está recheado de história e detalhes fotogénicos. Aqui sentimos o pulsar italiano, a história, tudo. A vista no cimo da torre Azzoguidi, uma das duas altas torres que servem de símbolo à cidade, é surpreendente e vale bem a penosa subida, com várias centenas de degraus e dezenas de minutos pelo meio. Fica aqui uma foto dos bravos exploradores, mesmo na praça central, a chamada Piazza Maggiore.

From left to right: Gabor (Hungary), Sarvesh (Mauritius), Tânia (Portugal), Renata (Brazil), Vanessa (Brazil), Myself, Kaline (Brazil).

Mas parece que é melhor que Coimbra continue como está...

Porque não termos na mata nacional do Choupal e nas margens do Mondego um serviço de bicicletas, de uso livre mas controlado, como aqui em Cesena e em todas as principais cidades italianas? Porque não devolvermos as ruas da universidade de Coimbra às pessoas e tirar de lá os carros com um parque de estacionamento subterrâneo como que temos aqui em Cesena, automatizado, prático e organizado? Mas consta que Coimbra está bem como está...

Mas parece que é melhor que Coimbra continue como está...

Esta semana perguntaram-me se me estava a habituar à desorganização italiana. Aqui está a ideia que este país é estranho, preguiçoso, maroto. Nalgumas coisas estamos mesmo ao lado da verdade. Noutras, não poderíamos estar mais longe.

A verdade é que Coimbra não está melhor. Mesmo que quem tenha responsabilidade, e isso não implica poder executivo, bata palmas como se isso fosse algo bonito de se ver. Algo estranhamente normal. Aqui em Itália não precisam de parar no tempo, as ruas mostram, sozinhas, que este país tem uma história. Não é preciso retornar, como a passo de caranguejo, ao passado. Coimbra gosta de viver o presente no passado. Audácia. Inovação. Originalidade. Fica para os outros. Fica bem entregue. De uma cidade com uma universidade não podemos esperar nada disso.

Um exemplo. Quando me envolvi numa associação cívica esteve em cima da mesa transformar a nossa vergonhosa penitenciária, mesmo no coração de Coimbra, numa biblioteca e num museu que reunisse o riquíssimo espólio da universidade de Coimbra num único espaço. O do museu de zoologia, o de anatonomia, o de antropologia, o de química, entre outros. Uma proposta que reuniu o consenso de todas as forças políticas mas foi boicotada por uma minoria queque que, falemos verdade, passa com indiferença por essa prisão, mas já a acha bonita se for para protestar em frente dela. Os presos têm o direito a tirar um espaço central da cidade a cidadãos e turistas que procuram conhecer a cidade, a cultura, o conhecimento. Mas conhecer a cidade, a cultura e o conhecimento são crimes graves.

Em Bologna, por exemplo, reuniu-se o espólio da universidade num único espaço. Como devíamos fazer. Como se queria fazer. E o nosso espólio merece-o. Onde eles têm modelos de cera, nós temos peças anatómicas seculares. Onde eles têm ossadas, nós temos animais empalhados. Onde eles têm páginas imprensas, nós temos um espólio riquíssimo de culturas e tribos de toda a África e América. Mas é melhor continuarmos como estamos, parece...

Orgulho

Como estudante da universidade de Coimbra, que frequento há três anos, nunca senti uma ponta de orgulho por estar numa das universidades maiores da história ocidental. Oitecentos anos de história. Nada. Um facto. Um número. Bologna é a segunda universidade mais antiga do mundo, apenas precedida da de Fez, em Marrocos. Fundada em 1088. Um facto. Um número.

Mas hoje posso dizer que me senti verdadeiramente orgulhoso de estudar na universidade de Bologna e, futuramente, ter um mestrado pela mesma. Não pela sua idade. Não pelo seu reconhecimento internacional. Não pela cidade onde está. Mas pelo que aconteceu aqui. Enquanto em Paris se fechava entre nobres e clero, ensinando a uns filosofia e a outros teologia, como os professores queriam e apenas assim, Bologna abria-se ao mundo. Ensinando ciências, leis, medicina e o que os alunos entedessem ser necessário. Uma universidade pública, aberta a todos os que a pudessem pagar, independentemente do género, religião ou crenças. Uma univeridade onde na Idade Média ensinavam professores judeus, muçulmanos e até mulheres. Bastava ser-se talentoso. Bastava merecer-se. Tudo em nomes dos alunos. E eu só me posso orgulhar de estudar numa universidade com tal História...

Senhor, hoje pequei...

Mais tarde ou mais cedo, teria que me render às evidentes vantagens de cozinhar um arroz Knorr. Mas é como na música da Kate Perry: It felt so wrong. It felt so right.

Dirty Dancing

Ontem à noite, por sugestão da Vanessa, Renata e Kaline, passámos uma boa noite passada no Latino's, um bar com música brasileira e excelente ambiente. Com altas dúvidas sobre a minha vocação para tal, lá dancei um pouco... espero que não tenham sobrevivido fotografias de tal "atentado".

19 March 2009

Bologna

No sábado vamos, por fim, conhecer Bologna, a cidade para onde muitos de nós pensávamos ir estudar e, ao que parece, até certos alunos italianos. A universidade organizou, para todos os estudantes Erasmus dos vários pólos, uma visita guiada e gratuita pela cidade. Excelente ideia!


Foto: Google Images

São servidos?

Uma receita simples. Pomos a aquecer água e, uma vez a ferver, a pasta a cozer. Qual delas, fica ao nosso gosto e critério. Na frigideira, coloca-se um fio de azeite e começa-se a fritar as courgets, em rodelas, temperadas com pimenta e um pouco de sal. Seguem-se os cogumelos, naturais ou de lata. Neste caso, usei de lata e não noto a mínima diferença. Retira-se o preparado para o lado e começa-se a fritar o bacon cortado aos cubos e, eventualmente, não foi o meu caso, cubos de peito de frango. Tempera-se com pimenta e moderadamente com sal porque, já se sabe, o bacon não o pede. Mistura-se tudo com a pasta e uma porção moderada de natas, envolve-se e serve-se.

No domingo, o Sarvesh ofereceu-me, por fim, a explicação para a ausência do micro-ondas na cozinha italiana. Não apenas na minha. Em qualquer uma das casas que conhecemos. A razão é simples: a falta crónica de energia eléctrica que há em Itália e que os obriga a importar energia de França. Se a electricidade escasseia, deve ser cara e se é caro é quase um atentado aquecer sopas no micro-ondas. O que me vale é que o pequeno forno da cozinha lá vai imitando com algum talento o micro-ondas...

18 March 2009

My twilight zone moment

Ontem lá me explicaram na loja porque o meu telemóvel italiano ainda não está activo. Estamos a verificar a sua documentação, lá disse o empregado de dois metros de altura ou pelo menos foi a parte da explicação que chegou cá a baixo. Afinal de contas, o mandarem-me parar para pedir informações, e já vão três vezes, é mesmo porque tenho ar de mafioso...

The awful truth

O meu italiano não anda muito do longe do do Peter Griffin do Familiy Guy. Para o caso de não saberem do que falo, aqui segue o vídeo.

16 March 2009

Tempo

A mensagem vai curta. Entre a papelada para um estágio nos Estados Unidos, uma tarefa para a faculdade, a reescrita do position paper da minha tese e as saídas, aperitifs e até um pic-nic sobra pouco tempo e vontade. As coisas andam bem, como eu em cima da minha bicicleta pelas ruas de Cesena.

My twilight zone moment

Chegados de bicicleta, como sempre, ao Hipercoop nesta segunda de manhã lá o encontrámos encerrado. Abre às duas horas lá gritou, do fundo do corredor, a senhora das limpezas. Bem, serei eu que não percebo aquela parte dos dias úteis?

13 March 2009

My twilight zone moment

Os bilhetes do convívio de hoje à noite em Cervia foram comprados num prédio quase deserto, na sala de um apartamento com música em alto som e meio escuro, a um rapaz de camisa negra, conhecido apenas pela sua alcunha, a olhar-nos com suspeita. Como disse a Melanie, uma cena saída de um qualquer filme.

São servidos?

Finalmente, o dia do strogonoff. Mas as manchas na carne, que parecem ter afectado até os bifes que a comadre Tânia congelou, puseram-me de pé atrás. Acabei por não cozinhar toda a carne e a escolher os pedaços que ainda pareciam carne. No resto, a receita é aconselhável.
Numa frigideira bem quente, junta-se a uma noz de manteiga a carne de vaca ou frango temperada previamente com sal e pimenta. Bifes de pequenas dimensões ou tiras de carne. A manteiga não deve dar lugar ao azeite, mais saudável, devido às natas. Depois, tempera-se com uma mostarda, boa e forte, em quantidade a gosto. Juntam-se os cogumelos escorridos, de lata ou naturais. Mexe-se com a colher e junta-se cerveja. O lume é posto no máximo para evaporar o álcool e engrossar o molho e mexe-se. Finalmente, juntam-se as natas e retifica-se o tempero, incluindo a mostarda. Tapa-se e deixa-se engrossar o molho. Alguns minutos antes, coloca-se água, temperada com sal, a aquecer para o arroz basmati. Pronto, escorre-se água e serve-se com o strogonoff, regado com um pouco do molho.

São servidos?

Hoje, a cozinha foi mais simples. Ao almoço uma salada, porque a manhã foi passada a arrumar e limpar o quarto e casa-de-banho. À tarde, entre compras e trabalhos na faculdade, veio o cansaço e o strogonoff teve de esperar.

Fica, pois, o prato do dia. Numa frigideira coloca-se uma noz de manteiga, pouca, a derreter e juntam-se um pouco de tabasco e dois alhos partidos com casca. Refoga-se um pouco e retiram-se os alhos. À parte, os hamburgueres foram já temperados com sal e pimenta e colocada a água a ferver para o esparguete. Fritam-se os hamburgueres, dispõem-se no prato e cobrem-se com duas fatias de queijo flamengo. O prato é colocado a no forno ou microondas por algum tempo até o queijo derreter. Junta-se um pouco do molho da fritura, essa deliciosa gordura, à massa acabada de cozer e cubos de queijo e mistura-se. Serve-se. Quente. Saboroso. Simples.

12 March 2009

El Cordobes

A noite de quarta foi passada no bar El Cordobes, a escassos minutos das nossas casas, com o pessoal do mestrado e com as colegas brasileiras e italianas que conheci através da Patrícia, que tanto me aturou com as minhas perguntas antes de ir para esta minha nova cidade de Cesena. Muito simpáticas!

Um detalhe curioso é que se as bebidas são um pouco mais caras que em Portugal, temos direito a uns aperitivos e salgados. Aos domingos, num outro bar, por uma bebida temos direito a uma verdadeira refeição. Parece que já sabemos por onde vamos estar no domingo de noite...

11 March 2009

Dia de arrumações

Esta manhã foi bastante produtiva. Entre a ida ao gabinete internacional para levantar os documentos e cartões da faculdade, a reunião com o novo orientador, que já me deu algumas dicas úteis para a tese, as compras no hipermercado com viagem de bicicleta, sobrou tempo para arrumar o quarto.
A verdade é que ainda não tinha tido tempo para lhe dar um toque meu. Nada que algum bostic não resolva. E assim já tenho a minha Mariana mais perto de mim e um mapa da minha cidade, Cesena. A ver se completo a parede com mais fotografias com vocês, há aqui uma loja perto onde as posso imprimir a muito bom preço. Aqui está uma imagem do meu novo cantinho...

Telemóvel

Finalmente comprei um telemóvel italiano. A rede é Wind que por seis euros mensais nos dá direito a fazer 200 minutos de chamadas para outros Wind. Assim nem vale a pena escrever uma mensagem, como disse o Sarvesh. Tem o ar de que seria comprado por um Cristiano Ronaldo, com os seus prateados e uma imitação de câmara fotográfica, mas pelo preço das chamadas e pelo que tem, não poderia ter feito melhor escolha!

I want to ride my bicycle

Hoje, para compensar a preguiça de ontem, fui às compras com a Tânia ao Ipercoop e lá levámos as nossas bicicletas. Se há um desporto, ou chamemos-lhe prazer, porque é isso, que eu gosto de realmente de fazer é andar de bicicleta. E à tarde ao ir à faculdade, para organizarmos um trabalho, lá fui outra vez com a bicicleta. Daí a estranha canção dos Queen que estão agora a ouvir...

10 March 2009

Bibicleta

Já arranjei uma bibicleta. Ou melhor, centenas delas. Posso usar, gratuitamente, uma bicicleta do município de Cesena até Julho desde que a vá depositar a um dos parques à noite. E calha bem que o parque é ao fundo da rua. E daqui uns minutos lá vou eu fazer as compras numa bicicleta.

Un vero ragazzo italiano...

No espaço de duas semanas já foram dois os carros que pararam ao meu lado para me perguntar indicações de direcções em Cesena. Das duas umas, ou devo ter um ar de ragazzo italiano ou simplesmente de mafioso.

09 March 2009

São servidos?

Enquanto não chegam os trabalhos da faculdade, há tempo para trabalho de campo. Neste caso, tempo para cozinhar um peixe no papelote, muito ao estilo do Leonardo. Abre-se uma folha de papel metálico, cobre-se o fundo com cebola cortada em cubos, cubos de pimento, cubos de courget, eventualmente tomate aos pedaços e cebola rala, junta-se o filete de peixe. Uma pitada de sal, outra de pimenta e um golpe de azeite e limão. Fecha-se o papelote. Leva-se ao forno vigiando-se a cozedura dos legumes e do peixe. Acompanha-se com puré. Simples, não?

Pois, desta vez ia-me esquecendo de tirar a fotografia. Daí o prato estar com uma garfada dada...

My twilight zone moment

Estávamos os três, eu e as comadres Tânia e Catarina, a consultar um mapa. Chega-se ao pé de um velhote sorridente. Diz qualquer coisa que não percebemos. Inocentes lá olhamos para ele para receber a frase do ano: fare l'amore? seguido de um di dove sonno? E eu que pensava que o velho tarado fosse uma personagem tipicamente portuguesa, daquelas que o Rafael Bordallo Pinheiro desenhava...

08 March 2009

My twilight zone moment

Na visita guiada ao castelo Rocca Malatestiana a guia pede para espalharmo-nos pelas seteiras da torre de menagem. Perche, non so ancora. Em seguida pede para, um a um, simularmos tiros de canhões gritando bum. E assim se foram dois minutos da minha vida a gritar bum, bum, bum. As boas notícias é que um dos meus tiros acertou no alvo, qualquer que este fosse.

Rocca Malatestiana

Algumas imagens do castelo de Cesena, a Rocca Malatestiana, que data do século XIV e que a partir da segunda metade do século XX, depois de um período em que funcionou como prisão, passou a estar aberto ao público. Uma excelente decisão: a vista ali é simplesmente fantástica.



Momento gastronómico

Nas proximidades do castelo de Cesena, a Rocca Malatestiana, fomos a um restaurante por sugestão de um dos funcionários do castelo. O La Stalla além de preços simpáticos e bom ambiente, tem uma excelente comida e ementa variada. Mais que os pratos, destaco a sobremesa partilhada e o limoncello, um licor de limão, que rematou a refeição a custo zero, e que me levou a Capri de novo. Perfecto...


07 March 2009

São servidos?

A minha primeira pasta italiana feita em casa. Simples e rápida. Coze-se a massa. Refoga-se cebola com azeite e pimenta e uma embalagem de bacon. Batem-se dois ovos com uma pitada de sal e pimenta e salsa fresca cortada na hora. Junta-se e mexe-se com fogão no mínimo. E aqui está comida para um jantar e um almoço.

Consta que existe sol...

Ou assim nos pareceu ao passear hoje pelas ruas de Cesena. Não há dúvida que esta é uma cidade simpática e acolhedora. Não há dúvida que as ruas não são portuguesas. Sonno italianas.

Se há coisa que não suporto são comportamentos infantis...

Chegados a um parque, encontramos uns baloiços. Tânia e Catarina vão logo a correr para os tais baloiços. Anotem isto: onde quer que vão, os portugueses só fazem má figura. Se há coisas que não suporto são comportamentos infantis. A mim, ninguém me verá num baloiço.

Oh Pedro, caso não tenhas percebido, as correntes são para te agarrares e não partires o pescoço...

Mercado de sábado de manhã

Acordámos todos tarde e não há muito a esperar de um mercado de sábado de manhã à hora de almoço mas ainda deu para encontrar algumas coisas curiosas. O sol, esse, veio em força. Finalmente.

Eu não disse que o gordo ia para lá brincar? Até já está a ver de brinquedos!

Este aqui faz-me lembrar alguém. Mas quem?...

Eh pá, Pedro, vê mas é se compras livros académicos!

My twilight zone moment

No caso de termos dúvidas relativamente a uma regra tão ilógica, existe o aviso à porta dos bancos italianos de que não podemos entrar armados.

Comida italiana

Com as comadres Catarina e Tânia preguiçosas, coube a mim e ao Sarvesh procurar o jantar. Man's stuff, I guess. Em Cesena, numa sexta à noite, encontrar um restaurante com comida para fora pode ser tão provável como caçar um gnu.
Para nossa felicidade, lá encontrámos, faltavam dez minutos para o fecho, a Piadina da Rosa, uma loja especializada em focaccine e piadipizza. Pratos típicos da região da Emilia Romagna. Muito bons e bastante em conta, não há dúvida.

06 March 2009

Meet the world with Richard Scarry

Pelos vistos, as Ilhas Maurícias, donde vem o nosso colega de mestrado Sarvesh, são apenas uma ilha. Ilhas, não. Ilha. Uma. Ilha. Pois é, aqui se vê o rigor científico dos geógrafos.

My twilight zone moment

Ao almoço, eu e o Sarvesh arriscámo-nos num delicioso prato de pasta com gambas e lulas, contrariando a ortoxia das escolhas da Tânia e da Catarian. Ou assim pensávamos. Acabou por nos calhar um prato cheio de massa preta. Preta. Escura. Negra. O choque, o horror, o drama. Das duas uma. Ou aqui em Itália são tão ricos que juntam petróleo à massa ou, está-se a ver, pedimos uma massa com chocos. Mas, you know what? Estava bastante bom.

[as fotografias do choque, horror e drama serão colocadas brevemente]

Olha que não vieste aqui para passear

Pois bem, depois de uns dias de descanso, um banho de realidade. Uma pessoa até pode achar que não, mas eu vim aqui para fazer uma tese de mestrado.
Tivemos uma primeira sessão informal com os professores e restantes colegas e uma visita guiada à faculdade e à nossa sala de aula, à parte da faculdade e muito moderna. E lá conheci o meu host tutor, o professor Mariani. Muito simpático.

Agora, não tenhamos dúvidas, a economia italiana está como está, é o que é, porque aqui há trabalho e suor, é-se sério e cumpridor. Querem uma prova? Para a semana teremos três horas de aulas...

O que ando a perder em Portugal

Confesso este meu lado de emigrante: tento estar a par do que se passa na minha terrinha. Ao abrir hoje o Diário de Notícias percebi que Portugal continua 30 anos atrasados. E eu que tinha a esperança que já só fossem 29 anos e 363 dias...

O deputado José Eduardo Martins, do Partido Social-Democrata, reagiu com "insultos" às insinuações que Afonso Candal, do Partido Socialista, lhe dirigiu, esta quinta-feira, no Parlamento durante o debate sobre Energias Renováveis.

"Vai para o c....", afirmou, mais do que uma vez, o deputado social-democrata depois do socialista ter deixado no ar que interesses particulares estariam alegadamente na base das preocupações energéticas de José Eduardo Martins.

O meu cantinho

Umas imagens do meu cantinho. Não me queixo das condições, antes pelo contrário. Muito confortável e silencioso. Resta apenas saber se devo fazer como em Chernobyl: reduzir ao mínimo a exposição aos efeitos nefastos desta substância radioactiva que cobre as paredes do quarto.

Oh Pedro, é impressão minha ou aquela coisa em cima da tua cama fez de ninho de aranha no filme Aracnofobia?

Depois de algumas perguntas nesse sentido, impõem-se o esclarecimento: A aparelhagem não é minha.

05 March 2009

My twilight zone moment

Aquele que parece ser o superior hierárquico da pessoa que nos atende no gabinete de relações internacionais não percebe uma palavra de inglês nem parece muito interessado em ouvir as nossas tentativas de conversazione em italiano. Ainda assim, insistiu umas três vezes para que eu comprasse um telemóvel italiano para nos contactar...

Mais pequenos que um circo de pulgas

Parece que a nossa turma está a ter sorte quanto à localização dos nossos alojamentos. Entre a minha casa e a da Tânia e da Melanie, está provado, são quatro a cinco minutos a pé. Mas descobri ontem que entre as nossas casas e a das colegas Diana e Joana, de Barcelona, que chegam esta semana, não vão mais que outros três a cinco minutos.

A minha rua é paralela à da casa delas, onde vivia o Davi e a sua mulher, nosso colega de mestrado e que tantas boas dicas nos deu antes da nossa vinda, que partem amanhã de manhã para Paris. Aproveitámos para os conhecer pessoalmente. Conseguem ainda ser mais simpáticos ao vivo. Boa sorte também para vocês!

Autocarros

Cesena pode ser pequena mas, sem perceber bem donde vêm, para onde vão ou quem levam, lá vou passando por umas boas dezenas de autocarros por dia. Nada mau para uma cidade cujo centro histórico está interdito à circulação de veículos motorizados.

Oh Pedro, mas tu queres-me fazer acreditar que estás em Itália? Vê-se logo que esta foto é do Pantufinhas e foi tirada ali ao pé do Mercado Municipal...

Ainda a chuva

Terceiro dia em Cesena. A manhã ocupei-a com mais algumas formalidades e a tarde com uma caminhada, ainda longa, até ao centro de línguas da universidade onde existem, gratuitamente, cursos de italiano para os estudantes. Entre isso, um almoço de massa com atum, tomate e queijo a convite da Tânia. Pois bem, comadre, eu não ousaria cozinhar este prato, mas agradeço porque além do convite ser simpático, o prato não estava mesmo nada mau. Prego!

Feita a inscrição no curso e visto o horário, que poderia ser melhor, regresso a pé à minha rua. Com mapa na mão, já meio desfeito pelas gotas da chuva, leve mas persistente, fiz-me ao caminho. Acabei por não tomar repetir o percurso. Fui explorar algumas ruas de Cesena. Não há dúvida que é uma cidade bonita. Não há dúvida que é uma cidade que se faz bem a pé. Não há dúvida que é diferente de Coimbra. E era tudo isso que eu queria.

A chuva não ajuda. Desisti de usar chapéu de chuva que é como que um atestado que o tempo não está mau, está péssimo e você devia ter vergonha de me abrir para não se molhar. Mas para me salvar dos pingos que me ameaçam com uma lavagem de cabelo antecipada, tenho usado o meu chapéu. Uma excelente prenda de Natal, sem dúvida.

A chuva também não ajuda à fotografia. Lamento, não vos mostro planos abertos. Ficam para daqui uns dias, quando nas fotografias ficar um forte céu azul e não uma mancha branca como agora. Para já, ficam os detalhes que esses, de tão curiosos ou bonitos, não há tempo que os estrague. Prego!

My twilight zone moment

Depois de ser acordado a ouvir um sino algures aqui da rua não tenho dúvidas que Cesena cumpre os critérios para ser considerada uma aldeia. Se me apressar a abrir a pressiana talvez ainda vá a tempo de ver a passar o boi com o arado...

04 March 2009

Geometria descritiva

Como podem ver, assim que cheguei comecei logo a estudar. Geometria, ao que parece.

O meu quarto está mais na moda que o teu

Confirma-se: as paredes são em roxo.

Limpezas

Limpei a fundo toda a casa-de-banho. A minha casa de banho particular. Depois daquele trabalheira toda, contada uma boa hora e meia de trabalho, apenas vos posso garantir uma coisa: quem urina durante o banho nunca limpou um duche.

My twilight zone moment

Ao sair da minha nova casa, encontro a bater à porta um padre com batina e crucifixo. Olhei duas vezes para confirmar e estou em condições de garantir que não era uma testemunha de Jeová.

Indiana Pedro e a grande cruzada

Hoje acordei mais tarde. O corpo é que paga a viagem, podia cantar o António Variações tivesse voado três horas e meia com a TAP de Lisboa para Bologna. Feitas as contas, ontem fiz quase que uma directa entre a partida de autocarro de Coimbra às 2h30 da manhã, o voo para Bologna das 8h00, o aerobus que liga o aeroporto da cidade à estação de comboios e a viagem de 1h até à cidade de Cesena e a viagem a pé, com os generosos 26 quilos de malas e bagagem.

A sorte é que o gabinete de apoio ao estudante estrangeiro fica na minha rua. Uma cansativa viagem de um minuto e lá estou eu a fazer a minha inscrição na universidade. Sou oficialmente um estudante de mestrado em Itália. E, não oficialmente, um turista acidental.

Fui fazer as minhas primeiras compras. Qual aldeia, lá apanho a minha comadre Tânia na rua por acaso e lá vamos fazer as compras. Mas atenção que isto pode parecer, e até ser, uma aldeola italiana mas aqui nos hipermercados paga-se os sacos das compras. Nada de gastar plástico e estragar o ambiente como em Portugal. E se pensam que a aldeola vende legumes em caixas de madeira num mercado escuro, nem imaginam que existe aqui uma hipermacado, com o nome de Ipercoop, que envergonharia o Continente. Está bem. O Continente da Covilhã. Mas, ainda assim, um Continente.

Comprou maionese?! Começas bem, começas, oh gordo.

03 March 2009

My twilight zone moment

Cerca de hora e meia foi quanto demorei a configurar um portátil com o wire-less para uma rede wire-less. Julgo que só o macaco Gerbásio demora tanto tempo e é para aprender a reciclar.

Aqui se percebe porque a Itália tem uma dívida externa de 110% do PIB...

Ao chegarmos ao aeroporto de Bologna, esperáva-nos um autocarro junto da asa do avião. Isto é que é pensar no bem estar do passageiro, pensámos.
Mas nada nos preparou para a longa e penosa viagem que se seguiu: cinco metros, ou cinco segundos se preferirem, até ao autocarro parar junto da entrada do edifício à frente do avião.

My twilight zone moment

Pois é, uma pessoa chega ao estrangeiro e é logo brindada com uma prova que em Portugal vivemos com 30 anos de atraso. Não há volta a dar a este clássico.
Deparei-me com o parque de estacionamento de Cesena. Ou melhor, com uma fila de pessoas a olhar para uma zona paralela à estrada vedada e com uma consola de pagamento. Alguns segundos depois, lá se abre o chão e sai um carro. Na outra ponta acontecia o inverso, a pessoa entrava com o carro, saía do carro e o carro lá era engolido pela terra. Um pouco como Lisboa no terramoto de 1755.

Agora, imaginem que eram o envergonhado dono de um Fiat com 20 anos e a máquina vos devolvia um Ferraria do ano passado?

Esclarecimento

Afinal, a minha vida pesa 26 quilos. Consegui esse milagre que é viajar para Itália sem pagar um tostão por excesso de bagagem.

Primeiro dia

Io sonno a Cesena. Cheguei. Cesena não está a ser uma seca, garanto-vos. Desde logo, porque chove desalmadamente desde que aqui cheguei. Mas eu sorrio. Desde que me atrevi a ir às terras de sua Majestade não consigo deixar de gostar de uma cidade pequena e típica com um tempo cinzento e chuvoso. Apesar de chuva, e talvez pela chuva, estou a gostar de Cesena.

Cesena é uma cidade adoravelmente pequena. Suspeitamos que demoramos mais a receber uma mensagem escrita que essa pessoa a chegar a nossa casa. Garanto-vos.

O comércio aqui fecha cedo. Está bem. Eufenismos à parte, o comércio tem um horário tão bom como um omolete de queijo na dieta alimentar de uma vaca. Mas, ainda assim, consegui encontrar umas lojas abertas. Comércio tradicional, pois claro, que aqui os italianos não brincam: o vídeo clube Blockbusters tem uma boa selecção de junk food que aconselho a todos os que não encontrem outra alternativa aberta. Valeu que eu, a Tânia e a nossa colega francesa de mestrado, a Melanie, e a sua mãe, fomos jantar a um verdadeiro restaurante italiano. A pizza caseira e ultra-congelada do Blockbuster teve que esperar em nome de um sofrido e excessivamente saudável risoto porcini.

Antes disso, comprei umas frutas ao peso (de ouro, a julgar pela conta) na única frutaria digna desse nome - o escorbuto, todos sabemos, ataca silenciosamente pelo que há que não correr riscos. Deu para safar enquanto não chegava quarta para fazer compras dignas desse nome (e preço, já agora).

Eu até acho que sou um rapaz perspicaz…

Sabemos que estamos numa má zona quando o nosso vizinho da frente tem este ar.

01 March 2009

Jantar de despedida

Uma mensagem para os amigos que estiveram no meu jantar de despedida, ou queriam ter estado, com saudades de Cesena. Espero trazer-vos umas histórias engraçadas aqui deste meu novo burgo. E, sobretudo, prática para vos ganhar num novo jogo de bilhar no regresso!