11 November 2009

Para quem gosta de fotografia

Nas últimas semanas, a escrita ficou de lado. De regresso a Coimbra, começam a ouvir as histórias que aqui faltam ao vivo e isso tem outra graça. Com mais tempo, as fotografias e relatos que faltam a este turista acidental lá virão.

Para já, é mesmo para recomendar um bom novo blogue de dois amigos, o André e a Filipa, onde partilham o gosto comum pela fotografia: Theo & Pi. Passem por lá e pela exposição com fotografias dos dois que até ao final do mês está patente no Clube Médico, no edifício da Ordem dos Médicos em Coimbra!

25 October 2009

Mochila de novo às costas...

Daqui pouco mais de doze horas estarei a embarcar no avião para Nova Iorque e com isso ficam para trás três meses de Portland e uma grande experiência. Poder viver nos Estados Unidos é um privilégio. Espero tê-lo aproveitado e explorado tanto como sonhei e como vocês, amigos e família, me aconselharam. Acho que sim.

Aquilo que era curiosidade, quase em forma de troça, pela sociedade americana, hoje é um fascínio pelo que aqui se conseguiu, neste continente mágico. Talvez, um dia, nós europeus, também queiramos construir juntos um continente mágico.

O último dia não ficou para as malas mas para uma happy hours num restaurante grego com os amigos e colegas da faculdade e do inesquecível Paccini.

Ficaram histórias por contar, as das viagens de fim-de-semana, mas para essas há tempo - esperam-me oito horas no aeroporto de Portland até ao meu voo de madrugada. Agora, há que aproveitar um último dia em Portland. Vamos a isso.

Pela costa do Oregon

Acompanhados pela Marina, da Ucrânia, a Alissa, que nos levou a conhecer a sua Astoria, e o Allen, de Pittsburgh, estes três europeus foram hoje conhecer de carro a costa do Oregon. Uma viagem com duas paragens.

A primeira delas na pequena vila pescatória de Astoria. Dez mil habitantes, uma impressionante ponte metálica e algo a fazer-me lembrar o filme Shipping News. Daqueles sítios onde se costuma pensar para uma casa de fim-de-semana no inverno, onde se vê o mar e a neblina. Um sítio maravilhoso com ruas de casas tradicionais e um ambiente mesmo familiar, como nos disse a Alissa. Para minha surpresa, surge um leão marinho na água mas, ao que parece, não estava ali por acaso ou perdido mas simplesmente porque existe uma pequena colónia destes animais na cidade.

A segunda paragem foi em Cannon Beach que é uma belíssima praia, a lembrar um pouco a Figueira da Foz: ventosa, com mar bravo e água fria e serra em volta. Para quem, como eu, gosta mais de ver e ouvir o mapa, está muito bem. Especialmente agora no Inverno. E, então, se o fizer como, no nosso caso, com um almoço num restaurante com vista para a praia, tanto melhor. No Mo's comi a melhor clam chowder e uns deep fried shrimps fabulosos. Seguiu-se o passeio na praia e na vila que é como Astoria: eu ficava ali um fim-de-semana a descansar. Foi mesmo um bom final de viagens pelo Oregon e só posso agradecer aos nosso três guias e amigos pelo convite! Thanks!





20 October 2009

Um jogo é mais que um jogo

Um jogo de basketball é mais que um jogo. Logo no início percebemos isso quando é tocado o hino, o pavilhão fica às escuras, e os milhares de adeptos em pé e em silêncio a escutá-lo. Os americanos sabem ser patrióticos como poucos - e até na escolha do hino e da bandeira souberam-no ser. Nestes momentos, eu sinto-me americano. Nestes momentos, eu não consigo deixar de sentir um pouco de admiração ou mesmo inveja porque os americanos construíram uma nação, uma cultura e uma identidade. Quando ouvimos o hino percebemos que existe uma América, de estados unidos, e existem americanos. Mais que a Europa e europeus. Talvez mais que Portugal e portugueses.

Um jogo é mais que um jogo e isso percebe-se também a cada intervalo ou time-out. Desde exibições de claques, concursos, jogos e distribuição de prémios como bilhetes para próximos jogos, há espaço para tudo. Talvez só na América possamos encontrar uma cena como esta: num desses jogos, em que há que fazer tantos cestos quanto possível num dado tempo, faltam três pontos para o rapaz ganhar o prémio e só fazendo um lançamento fora de área o consegue antes do tempo. Parece quase impossível, sobretudo aquele rapaz que falhara lançamentos mais fáceis. Mas, como num qualquer filme, o comentador grita com entusiasmo you have five seconds, you can do it, Spencer. O yes you can não é político, é social. Já o tinha visto antes no rodeo e as pessoas reagem a isso. É emocional. Num segundo mágico, o rapaz lança a bola, entra ou não entra, e ela atinge o cesto. Impressionante. E o estádio, milhares de pessoas, irrompe em celebração porque aquele miúdo encestou. Ponham-se no lugar dele. Há quem sonhe acordado. E podem ter a certeza: sonha na América.

Pedro no mundo do basketball...

A pré-época de basketball começou há duas semanas e isso significa que os Trail Blazers, a equipa da cidade e uma das melhores da liga da NBA, recomeçaram os seus jogos. Uma oportunidade para estes europeus verem como se joga este desporto por terras americanas e ver alguns dos melhores jogadores americanos em acção. E, não vamos esquecer: por um preço muito menor do que nos jogos de época. O bilhete de última fila não só foi muito mais barato do que esperávamos como nos deu uma vista muito melhor para o campo do que poderíamos esperar entre dezenas de milhares de lugares.

Mas e o jogo? É definitivamente algo que nos prende do primeiro ao último minuto porque, facilmente, em dois minutos uma equipa que ganha com larga vantagem fica a perder por três pontos. Tudo depende do modo como os cinco jogadores da equipa adversária jogam e este é um desporto de grande iniciativa, energia e criatividade. Os Denver Nuggets tinham tudo isso e, como disse um dos meus colegas de casa, o Bert, este jogo de ontem foi especialmente bom para um jogo de pré-época. Tivemos sorte, portanto.

A dez minutos do fim, os Blazers não tinham vantagem sobre os rivais e a vitória foi arrancada a ferros: de uma margem de vitória de cinco pontos nos últimos quatro minutos, nos últimos dois minutos, restariam apenas três pontos. E três pontos é o que uma equipa ganha com um lance fora da área de lançamento. Durante o jogo vimos dois ou três e só isso vale o espectáculo como o momento em que os Blazers retomam a posse da bole, fitam as defesas, correm, passam a bola, não entra, tentam de novo, não entra, um agarra, salta e mete a bola no cesto enquanto se agarra ao cesto. Como nos filmes? Melhor que nos filmes, caramba. E isso diz tudo.

A imagem essa é do José que, para nossa sorte, levou a máquina e ainda gravou uns vídeos do jogo.

Bem, pelo menos, assim não gastaste lá o teu dinheiro...

Devo passar por aquela rua uma boas dúzia de vezes por mês mas nunca reparei que ali num dos cruzamentos há uma Borders. Como livraria não oferece mais variedade ou melhores preços que a Powell's. Não, o segredo está mesmo na secção de revistas que, como noutras cidades como Boston, é imbatível. Para bem da minha carteira, que não estica muito mais além da bolsa de estudo, só a descobri a uma semana de vir embora.

Como era mesmo aquele sítio onde o gajo foi passar férias?

O campus da minha universidade. Por mais uns dias, que depois troco este jardim cheio de árvores, sombra, bicicletas, esquilos, passaritos, corvos e pessoas a relaxar pelas subidas em calçada da Alta de Coimbra...

Diz-me o que vestes...

Aqui por Portland diversos cafés vendem t-shirts alusivas aos mesmos. O Lucky Labrador, que fabrica a sua própria cerveja e aceita cães no espaço, tem e o Vodoo Doughnuts não fica atrás. É caso para dizer que, com os americanos, se pode dizer diz-me o que vestes, dirte-ei quem és. Não é só o café ou bar que faz publicidade mas é a própria pessoa que usa a t-shirt que diz quem é, o que gosta, que espaços frequenta. E isso diz muito mais sobre a personalidade de uma pessoa que um rorschach - aqui entre nós, que ninguém nos ouve.

A própria Portland State University não dispensa na sua loja a venda de pólos, camisolas, t-shirts, cascóis e tudo o que mais se possa imaginar com as cores, nome ou logótipo da universidade. Uma imagem institucional que, volta e meia, virou uma imagem comercial. Aqui nos Estados Unidos trata-se também de vender a universidade como uma boa escolha para futuros alunos. A Universidade de Coimbra bem que podia seguir o exemplo.

Oregon Zoo

Em contagem decrescente para o regresso, estou a tentar visitar o que ainda não havia visitado. Já em Itália tinha sido assim: uma correria nos últimos dias para tentar regressar sem aquela visita que me ficou aqui atravessada. Hoje de manhã, mesmo com tempo nublado, apanhei o MAX até ao Washington Park e fui visitar o parque zoológico de Portland, o Oregon Zoo.

Passei ali umas boas três horas a fotografar os animais e a descansar um pouco dos trabalhos - para já, todos sob controlo. Tempo para a paixão pela fotografia e também para o gosto pelos bichos - que, arrisco, deve ser dos tempos daquele disco do programa de televisão A Arca de Noé com as músicas dos animais e daqueles documentários de domingo do BBC Vida Selvagem.

Empenhado em melhorar espaços, seja no recém inaugurado espaço dos leões ou na área para os primatas em construção, o zoológico está bastante bem organizado, seja nas facilidades para os visitantes, seja no próprio percurso que inclui zonas da savana africana, dos predadores africanos, apenas inaugurada há algumas semanas, elefantes asiáticos ou, por exemplo, animais da região noroeste dos Estados Unidos - sejam castores, ursos, pumas e águias, tudo o que poderemos encontrar, com alguma sorte, no Oregon. Palavras para quê? Melhor mesmo é verem este vídeo e este outro.
Existem, ainda, uma pequena quinta e uma linha de comboio. Uma verdadeira linha de caminhos-de-ferro para verdadeiro comboio, pequeno é certo, que faz a ligação entre as várias áreas do zoo e oferece algumas vistas diferentes ao visitante. Ficou a faltar apenas a áreas dos alces e dos lobos estar aberta para visitas.

Valeu bem a visita e o preço do bilhete que, oferecendo praticamente o mesmo, é mais barato que o zoológico de Lisboa. Mas como uma imagem vale mais que mil palavras, aqui ficam as imagens da visita.







Um passeio nocturno em Portland

Não é muito comum vermos isso em terras portuguesas, mas aqui muitos bares, restaurantes e lojas americanas possuem um ou mais anúncios de neon. Quer estejamos em Portland ou outra cidade americana, a regra mantém-se. Não sei se os americanos gostam deles mais que os europeus, mas eu achei-lhes graça. Antes de ir tinha que fazer umas experiências com a câmara fotográfica...






18 October 2009

Últimos dias em Portland (3)

Hoje à tarde vinha da biblioteca, onde eu e a comadre Tânia já começámos a trabalhar para as aulas que entretanto começaram em Coimbra, e não pude deixar de reparar neste dia de Outono molhado e nublado: as folhas estão a cair, as árvores estão a ficar amarelas e vermelhas, a cidade está a mudar. Portland está bonita. Antes de ir, ainda coloco aqui umas fotos.

Últimos dias em Portland (2)

Esta é a minha universidade. Por mais uns dias.

Últimos dias em Portland (1)

Entrei na última semana em Portland e isso já se começa a notar. Começo a preparar as malas, a organizar a papelada, a despedir-me dos locais e pessoas. Até a bicicleta que uso há cerca de três meses, a que comprei numa venda de garagens logo no primeiro dia que aqui cheguei, foi posta à venda na Craig List.


16 October 2009

A girl with kaleidoscope eyes

Começou com os Estados Unidos. Continua com os Estados Unidos.

13 October 2009

Ocorreu-me dizer uma coisa parva

Eu acho que somos mais felizes a lembrar certas coisas, sim. É só preciso tê-las vivido.

09 October 2009

My twilight zone moment

Estávamos quase a chegar ao museu de bicicleta, numa distância de quatro ou cinco quarteirões de casa. A viagem demora cinco minutos se tanto mas acabou por demorar quase 20 minutos. Sem exagerar tivemos que esperar uns bons 15 minutos enquanto, na passagem do caminho-de-ferro, passava o mais longo e mais lento comboio de mercadorias que alguma vez na minha vida. Já me habituei a que os comboios americanos, quase todos de mercadorias, sejam lentos e grandes mas este aqui é bem capaz de ter chegado à estação de comboios ainda iam os últimos vagões a passar à nossa frente.

Será que terei acabado de assistir a um momento histórico?

Desafiado pelo meu novo colega de casa fomos ao Oregon Museum of Science and Industry (OMSI) para assistir pelas quatro da manhã à transmissão em directa da missão da NASA para provar a existência de água na Lua.

Ainda não sei se assisti a um momento histórico. Daqueles que um dia poderei dizer, com uma voz rouca e aparentemente sábia, sabes, o avô viu a transmissão da descoberta da água que existia na Lua antes de a usarem toda para um hotel de luxo para turismo espacial. Uma espécie de chegada do Homem à Lua da geração Twitter.

Mesmo sem água na lua, a noite não terá sido uma seca. Quem diria que a estas horas estivessem 500 pessoas a assistir à transmissão? A organização esteve à altura e desde uma banca com café e chá quente a uma tradutora de linguagem gestual que ia repetindo os comentários da transmissão televisiva tudo foi pensado. No final, aquando do histórico impacto da primeira sonda, a sala irrompe em palmas. Palmas de orgulho e entusiasmo. É verdade, América, voltaste a surpreender-me.

Foto: Google Images

08 October 2009

Daquelas coisas que nos deixam orgulhosos...

É oficial (vejam aqui). O nosso mestrado europeu foi considerado o melhor entre 37 mestrados do programa Erasmus Mundus avaliados pela comissão que visitou as universidades do consórcio em Setembro. Fico orgulhoso de ter a sorte de estar a participar num mestrado destes.

Notas rápidas

Esta semana tem sido intensiva entre aulas no departamento de Psicologia e na School of Business and Admnistration da universidade - sobre estas últimas, ainda voltarei a escrever com mais tempo -, o trabalho de investigação e contactos com vista a um projecto futuro. Com mais tempo, a ver-se conto melhor o que ando por aqui a fazer.

06 October 2009

Três semanas em Portland

Nas próximas três semanas, antes do regresso a casa, ficarei por Portland entre aulas, trabalho de investigação e tempo para explorar os cantos da cidade que ainda não conhecemos.

O trabalho de investigação da diversidade continua, com muita ajuda e apoio dos meus colegas de grupo - que têm sido incansáveis. Hoje tivemos uma tarde de trabalho e esta semana esperam-me mais duas reuniões de trabalho antes de apresentarmos os primeiros resultados na sexta. A este ritmo, vamos conseguir levar o barco a bom porto - e talvez mais cedo do que o esperado.

Destes meses na universidade levo sobretudo a experiência de trabalhar em equipa e numa equipa internacional. Trabalhar mesmo em equipa e mesmo numa equipa internacional. Muito mais que em Coimbra. Muito mais até que em Cesena. Este mestrado não foca apenas conhecimentos. Foca também essas competências que precisamos no dia-a-dia numa empresa. Digamos que ando a aprender sem aprender. E a aprender muito.

Viagem pelo deserto

Aquela imagem clássica da Route 66 e dos caminhos e estradas pelos desertos dos Estados Unidos fascinava-me. Gostava de fazer uma viagem dessas, devem-me ter ouvido algumas vezes.

Pois bem, neste fim-de-semana, ao alugarmos um carro em Las Vegas, eu e o José cumprimos dois sonhos antigos: ele viu o Grande Canyon, eu fiz a tal viagem. Uma viagem de 800 quilómetros que atravessou os estados do Nevada, Utah e Arizona. Uma viagem que mostrou que os Estados Unidos são mais que um grande país. São um país grande. Um país onde numa única viagem vemos deserto e floresta, temos frio e calor, temos planícies sem alma, pequenas vilas sulistas, montanhas e o Grande Canyon. Cabe tudo num adjectivo: espantoso.

29 September 2009

A sorte de ter uma câmara à mão

Boston é uma cidade de parques e de árvores. Facilmente encontramos esquilos seja nos campus de Harvard, do Massachusetts Institute of Technology, nos parques da cidade no Fredom Trail ou mesmo nos cemitérios históricos que fazem parte deste último. Nem um, nem dois. Devo ter visto dezenas e nalguma delas três ou quatro no mesmo sítio. A sorte é quando temos uma câmara à mão.



Impressões de Boston

Eu juro que não era para ser tradição mas o relato da viagem a Boston ficará para uma outra altura, assim como os de Los Angels e Washington DC. Durante esta semana entre aulas, investigação e um outro projecto sobrará pouco tempo.

Por agora, apenas para dizer que parti para Boston com expectativas altas. A cidade dos Kennedy. A cidade de Harvard e do Massachusetts Institute of Technology. O berço da nação americana.

Boston foi muito mais que isso. Muito mais que um bom fim-de-semana fora de Portland. Uma cidade que nos consegue transportar com as suas ruas para pleno século XVIII, para os tempos da revolução americana e, anos mais tarde, para os fluxos emigrantes de irlandeses e italianos. Uma cidade que nos relembra que ali se constrói muito do saber e conhecimento de uma nação. Uma cidade que nos mostra a sua força económica e política quando abandonamos as ruas e ruelas e olhamos para o céu e vemos os altos e modernos prédios da skyline. Uma cidade que sintetiza muito bem as adversidades e as diversidades que construíram os Estados Unidos.

Se pensamos que os Estados Unidos, porque são recentes, não têm história nem essa história é feita de grandes feitos e grandes figuras, estamos enganados: Boston está ali para nos elucidar.

Fazer figas

Inspiro, faço figas e começo uma etapa que pode decidir onde estarei e o que estarei a fazer daqui um ano. Desejem-me sorte.

22 September 2009

O regresso às aulas sem a Leopoldina...

Ando a ver as aulas disponíveis para o período de Outono aqui na faculdade. Estou bastante curioso face ao que oferece a School of Business and Administration - nalguns casos, os mesmos conteúdos mas, espero, diferentes pontos de vista e métodos de ensino.

Uma diferença: nos Estados Unidos, as aulas não duram um semestre e não correm juntas durante meses. Cada ano lectivo não tem dois semestres como em Portugal mas quatro períodos com blocos intensivos de aulas que duram algumas semanas e que se distribuem pelo Outono, Inverno, Primavera e Verão. Sim, como as estações do ano.

21 September 2009

Impressões sobre Washington DC

Como aconteceu com as novidades da viagem por Los Angels, as de Washington DC irão esperar uns dias devido ao trabalho.
Deixo contudo uma rápida nota sobre esta cidade que tanto me maravilhou: se o mundo tem uma capital, essa capital é, provavelmente, Washington DC; se Washington DC é essa provável capital, então, o mundo tem uma bela capital.

Uma espécie de retrato oficial

Um pouco inspirado por um comics com Barack Obama (ver aqui), aqui segue um diz que é uma espécie de retrato americano. Daqueles que não são para levar a sério.

16 September 2009

Dei o meu grito do ipiranga...

... na cozinha. Talvez cansado de saladas e sandes ou apenas inspirado pela temática eleitoral, decidi voltar aos tachos. Demorou mais do que o normal, foi mais complicado nesta cozinha americana, mas acabei a cozinhar um strogonoff. Igual ao que fazia em Cesena. Soube-me bem. Tão simples quanto isto. Tão bom quanto isto.

15 September 2009

Olho em volta

Depois de ter contado a sua experiência em Barcelona, a minha Mariana regressa a Coimbra com um novo blogue. É o Olho em Volta e, entre um pouco de tudo, vai receber as fotografias que a Mariana tirar com a sua nova câmara. E com as que já por lá andam é caso para realmente dizer: uma foto por dia... nem sabe o bem que lhe fazia.

Viagens e trabalho

As novidades da viagem de fim-de-semana por Los Angels vão esperar uns dias. Para já, voltei ao trabalho à tese e nas tarefas daqui da universidade aproveitando estes dias que vou estar por Portland antes da viagem a Washington DC.

10 September 2009

Se calhar a Manuel Moura Guedes entrava no elenco...

O programa de televisão a que íamos assistir foi cancelado.

Olha, o gajo finalmente perdeu-se...

Mesmo com o meu razoável sentido de orientação não o pude evitar: perdi-me na biblioteca da universidade. A sorte é que nos dão um mapa à entrada onde podemos encontrar a prateleira que queremos e, deste modo, também a saída. Nunca havia visto tantos livros juntos e tantos corredores. E estou apenas a falar de um dos cinco pisos da biblioteca. Ao pé desta biblioteca, a Powell's City of Books é pequena. E a Powell's é grande - mesmo muito grande.

Até agora tinha ido à biblioteca para imprimir documentos - podemos imprimir 500 folhas por ano - e não me tinha apercebido de que, nuns andares mais acima, temos espaços muito bons para estudo ou para reuniões de grupo e, ainda mais, uma vista impressionante para a copa da árvore em torno da qual a biblioteca foi construída.

E fiquei impressionado com o período com que posso ficar com os livros para a tese: dois meses. Em Coimbra não vamos além das duas semanas.

09 September 2009

Hit the road Jack...

Passados quase três meses da entrega do draft, tempo de regressar ao trabalho na tese. Em Julho de 2010 termina tudo. O objectivo para já é rever algumas das análises estátisticas e detalhes, aproveitando que o meu orientador italiano está aqui connosco em Portland. Olho para a lista de recados que deixei a mim próprio e para as sugestões do meu orientador. Há trabalho para pôr em dia. Há tempo e vontade. E, como cantaria o Ray Charles, hit the road Jack...

XIX Festuna

Depois de no ano passado o Festuna, o festival internacional de tunas académicas, ter entrado, por assim dizer, na maturidade, este ano volta com mais actuações, mais humor e mais irreverência. Se há algo que Coimbra tem de muito bom são estas tradições académicas. Coimbra tem carácter, sem dúvida.
Aos que andam por Coimbra, não percam. Este ano fico-me pela foto no cartaz. Mas bem que a trocava pela música...

08 September 2009

Pedro no mundo da televisão?

Com o TV Tickets (ver aqui a página) podemos obter a custo zero bilhetes para assistir à gravação de séries e programas americanos na região de Los Angels. Pois bem, já estão a ver onde eles arranjam aquele riso de pacotilha para o Seinfeld.
Por duas semanas que não pude assistir ao Dr. Phil. Seria uma experiência surreal para um licenciado em psicologia - afinal, este senhor está para a psicologia como Kim Jong-il para os valores da liberdade de expressão.

Acabámos por ficar com bilhetes para uma sitcom que acompanha o dia-a-dia de um antigo jogador de futebol americano que se tem que adaptar à vida familiar depois de anos de sucesso desportivo. E este é o protagonista...


Foto: Google Images

07 September 2009

Lembrem-se, tudo isto é a pensar na segurança nas estradas americanas...

Está confirmado: no estado de Oregon, não existe qualquer impedimento para o uso do telemóvel enquanto se guia.

Uma sugestão de restaurante

A América, apesar do que possamos pensar do fast-food, também oferece uma gastronomia simples, honesta e saborosa. Hoje, por desafio da Franziska, fomos jantar ao Montage na 301 SE Morrison. Este é, para já, o restaurante que eu sugeria a quem passe por Portland.

Sim, a localização - por baixo de uma ponte, na zona este da cidade - não é prometedora. Mas ao entrar parece que damos um salto para a outra ponta de Portland: o restaurante agradável e limpo, com cozinha aberta aos nossos olhares, com boa decoração, com muita cliantela e uma ementa variada.

Por um preço ligeiramente abaixo da média para um jantar em Portland, e com um horário de funcionamento bastante alargado, este restaurante oferece um pouco de tudo. Desde o italiano macaroni, passando por pernas de rã e carne de corcodilo até a um genuíno prato do Luisiana - com pão de milho, arroz, feijão picante, legumes e salsicha de porco fumada. Fui para o último e posso dizer que a comida americana - a verdadeira - é mesmo muito boa.

Porque eles servem boas doses, fica ainda o desafio para deixar alguns leftovers e pedir para os levar. Não só lhe dirão que sim, o que não é incomum, como os trarão embrulhados em papel de prato com a forma de uma espada, de uma flor ou mesmo de um escorpião...

06 September 2009

My twilight zone moment

Sob o lema it's good to be full, a Hungry-Man, algo como homem esfomeado, traz-nos por uns módicos 1,99 dólares uma refeição ultra-congelada de micro-ondas com o verdadeiro sabor americano. Frango frito, milho e puré de batata. Satisfeitos? Caso ainda não o estejam, existe sempre um chocolat brownie à vossa espera no fundo da caixa. Um americano não espera menos da Hungry-Man... Talvez por isso a caixa assinala com orgulho que são 1 lb. de food ou, traduzindo em português, cerca de meio quilo de algo que se assemelha a comida.

Foto: Google Images

Esta não era uma má ideia para o simplex...

Há pequenos detalhes que melhoram o dia-a-dia das pessoas: se, por exemplo, eu quiser fazer o meu passaporte português terei que ir ao governo civil do meu distrito; aqui, um americano faz o passaporte em qualquer estação de correios da sua zona.

Oregon State Fair

A Oregon State Fair é um grande evento e este ano em especial: o Oregon comemora 150 anos desde que se tornou o 33º estado dos Estados Unidos. Aqui mostra-se o melhor que se produz, o que a economia do estado oferece, o que as organizações defendem como projectos. A feira coincide com Labour Day, o dia do trabalhador que aqui se comemora em Setembro e é mais um evento social que político.

Mas porquê em Salem? Ao que parece Salem, mesmo sendo uma cidade mais pequena que Portland, é a capital do estado. Não é algo incomum - o mesmo se passa, por exemplo, com Seattle no estado de Washington, Chicago no Illinois ou Detroit no Michigan.

A feira pode em algumas coisas lembrar a Ovibeja ou a Feira de São Mateus mas fica-se por aí. A american way of life é diferente da portuguese one e isso nota-se.

Temos os inevitáveis legumes gigantes e o gado pujante. Bom gado e bons cavalos já tinha visto, mas coelhos do tamanho de um cão nunca. A filosofia super size menu está por toda a parte: seja nos prémios nas barracas de jogos - em que um miúdo pode subitamente ver-se a braços com um peluche de uma banana do tamanho de uma cama -, seja nas doses na área dos restaurantes - onde facilmente vemos uma pessoa dar conta de uma gigante perna de peru ou dos espantosos e calóricos monster fry bricks, autenticos tijolos de batatas fritas.

Por sugestão do Philip, provei um corn dog, uma salsicha panada que é muito saborosa. Porque a desgraça já estava no caminho, provei uma elephant ear, uma espécie de fartura que, como o nome diz, tem a forma de orelha de elefante e vem acompanhada do inevitável açúcar e canela. Os vendedores portugueses que me perdoem, mas nunca vi estas maravilhas à venda na Feira de São Mateus...









Pedro no curioso mundo dos rodeos

Os Estados Unidos têm esta característica extraordinária de nos oferecerem sempre surpresas. E de terem pessoas surpreendentes. Na semana passada, um jovem casal americano, que conhecia há escassas horas, desafiou-me espontaneamente a ir com eles ver um rodeo.

Foi uma boa oportunidade para fotos, como me antecipou o Philip - e tinha razão. Só posso voltar a agradecer ao Philip e à Susannah pela oportunidade de os acompanhar a eles e aos seus dois filhos nesta viagem. Foi uma grande experiência!

Ver um rodeo nesta parte dos Estados Unidos foi, no mínimo, inesperado. Ora, temos esta tendência para imaginar que os Estados Unidos são uma cópia do Texas de norte a sul e oeste a este, ora pensamos que estas coisas só se passam no sul - nos desertos dos filmes de cowboys. As aparências enganam: com uma área igual ao nosso Portugal mas apenas 3 milhões de habitantes, um terço a viver aqui em Portland, o estado do Oregon é sobretudo natureza, florestas, campos agrículas e de pastagem. Neste país, onde tivermos gado, podemos esperar encontrar os tais cowboys...

Foi uma das coisas mais espantosas que vi neste mês que levo nos Estados Unidos. Os americanos sabem o que fazem. Um rodeo é quase uma forma de arte. No fim de contas, esta é uma das suas tradições mais genuínas.

O público responde sofre com a tensão e vibra com vitórias. Vê-se que gostam do que vêem. E vê-se que os que participam no rodeo gostam do que fazem. Os cavalos selvagens que não querem ser montados não querem ser montados. Os cowboys que saltam da montada para atirar por terra os vitelos saltam com força. Os cowboys que disparam com precisão são certeiros. E os que mostram truques com os laços fazem arte.

Ali joga-se muito. A imagem de um homem como homem. A imagem de um negócio. A imagem de uma tradição. Meses de trabalho. Não pude deixar de notar que ao fundo da arena, longe dos olhares do público que observa mais uma exibição, um grupo de amigos ou irmãos se ajoelhava em círculo e rezava antes que um deles montar um cavalo selvagem. É isso que trago dali: aquilo é algo autêntico.





Vários rostos

Uma das oportunidades que esta experiência nos Estados Unidos me tem oferecido é conhecer pessoas de outros países. Como nos filmes, e esta começa a ser uma frase recorrente, os Estados Unidos são um ponto de encontro de várias pessoas que vêem neste país um lugar certo para desenvolver um projecto profissional, académico ou pessoal. Na Portland State University tenho trabalho com colegas do Irão, Sri-Lanka, Vietname ou Alemanha.

Este mestrado fez-me descobrir algo importante: que gosto do trabalho em equipas multiculturais. Gosto da curiosidade e abertura que as pessoas têm. Gosto de saber quem são, donde vêm. Gosto de perceber que as diferenças não são obstáculos intransponíveis.

A riqueza deste mestrado está nas pessoas de vários países que o compõem. Por isso, fico contente em saber que, muito provavelmente, duas colegas aqui da universidade se irão candidatar ao nosso mestrado.

Chinatown

Algumas imagens do pórtico que decora a entrada da Chinatown de Portland. Realmente, muito bonito. Se bem que, como dizia o Mo-Wang, é estranho ver uma Chinatown sem lojas chinesas.


03 September 2009

Jardins japoneses

No fim-de-semana visitámos os jardins japoneses - com mais tempo, coloco mais fotos. Os jardins não são tão grandes como esperávamos, mas são muito bonitos. Gostei especialmente da pequena cascata, da casa tradicional e do pequeno lago. Nota-se bastante cuidado e perfeição no seu desenho, no modo como são tratados e até no modo como os visitantes circulam neste espaço.

Fiquei impressionado, ao folhear um dos livros da loja do jardim, com as mudanças que ocorrem ao longo das estações. Primeiro, na Primavera, florido e colorido. No Verão, verde. No Outono, vermelho e castanho. No Inverno, branco com a neve. Sim, como nos desenhos das estações de um livro escolar.