Entre Cesena, San Marino e Veneza...

Novos trabalhos para a faculdade atrasam as novidades que tenho para vos dar. Os últimos dias passei-os com a Mariana, a matar saudades, entre Cesena, San Marino e Veneza. O melhor foi mesmo ver a Mariana. Nos próximos dias conto colocar aqui algumas histórias e fotografias e, também, com algum atraso, falar da ida a Florença, do almoço de Páscoa ou da visita da Carine, do Pedro e da Adriana. Até lá uma amostra...

Portland: Um motivo para continuar

Enquanto não surge tempo para actualizar este meu cantinho, soube que agora tenho um novo motivo para o continuar a alimentar por mais meses do que esperava.

Fui aceite no estágio em Portland. Eu estava confiante, mas a confiança não atravessa oceanos! Assim, o vosso amigo vai estar uns meses nos Estados Unidos. A trabalhar. A viajar como bom turista acidental que é. A conhecer a cultura americana. A aprender um pouco de inglês, que também fica bem.

Ainda vão passar uns bons dias até perceber bem o que me aconteceu! Até lá, amigos e família, fica uma música.

Foto: Google Images

Adiantar trabalho

Adiantar alguns trabalhos para as próximas semanas vai-me tomar algum tempo por estes dias pelo que para já as fotografias do almoço de domingo de Páscoa e da ida a Florença ficam em lista de espera. Soube bem esta curta pausa na Páscoa depois do trabalho na tese. Sobre Florença, apenas posso dizer que teria cometido um grande erro em não ter regressado. O que mostra que uma boa memória nunca é tão boa como uma boa visita. E muito menos que uma excelente...

Olha outro daqueles que gostam de carros...

Quem me conhece sabe que não sou um apaixonado incondicional ou profundo conhecedor de carros antigos. Gosto de os ver, suscitam-me alguma curiosidade mas não muita mais que à maioria das pessoas. Agora, há coisas a que uma pessoa não fica indiferente...


Este desportivo clássico que vi hoje em S. Arcangelo di Romagna bem que podia ir direitinho para a minha garagem.

S. Arcangelo di Romagna

Por sugestão da Vanessa e aproveitando uma pausa para férias de Páscoa, hoje decidimos ir a S. Arcangelo di Romagna, uma pequena povoação a cerca de vinte minutos de comboio de Cesena. Não é a Zurique em que pensámos inicialmente, mas foi um passeio muito agradável. As ruas e ambiente medieval fazem lembrar, até certo ponto, Óbidos. Muito agradável.

O grupo de exploradores que visitou S. Arcangelo di Romagna. Da esquerda para a direita, Catarina, eu, Tânia, Melanie e Miguel.

Trabalho na tese

Os últimos dias foram passados a trabalhar na tese, no chamado position paper, uma espécie de primeiro esboço, que temos que entregar para avaliação na próxima semana. Os meus orientadores fizeram comentários bastante pertinentes e eu próprio estou a trabalhar nalgumas referências bibliográficas e esquemas adicionais. E, abençoados sejam, os resultados da minha análise estatística confirmam o modelo que eu desenhei e ainda levantam algumas questões bem refrescantes... Estão bem melhores do que eu esperava.

Neste ponto, afinal o que me levou aqui a Cesena, a coisa não poderia correr melhor, apesar do trabalho que tenho tido.

O sismo de Aquila

O sismo que vivemos aqui em Cesena no domingo à noite foi uma surpresa, mas, agora, olhando para a tragédia que se vive em Aquila, parece uma brincadeira. Cesena está, felizmente, a uma grande distância de Aquila e encontramo-nos todos bem.

Mas o que aconteceu em Aquila já não consegue ser uma nota de rodapé de um jornal. Algo que aconteceu naquele país em forma de bota. Não, eu agora, sinto-me bastante italiano.

My twilight zone moment

Tenho uma nova linha para acrescentar ao meu curriculum vitae: sobrevivente de um terramoto [actualização: magnitude 4,6]. Pequenino é certo, mas ainda assim lá chegou às casas do Miguel, da Tânia e Melanie. Na do Sarvesh parece que não houve direito a tal experiência. Bem me parecia que haveria algum motivo para a renda dele ser mais barata...

Ravena

Hoje de manhã fomos, entre o pessoal do mestrado e o pessoal da ida a Cervia e Bologna, visitar a cidade de Ravena. A terceira capital do Império Bizantino. Conhecida, também, pelos seus impressionantes trabalhos com cerâmica e mosaicos. Mas, para nós, pela incomparável molha que apanhámos...

My twilight zone moment

Ontem à noite, ao engano, pensando que iríamos encontrar um musical, fomos ao Teatro Bonci. A surpresa foi quando não havia musical, mas apenas um monólogo de um qualquer académico de hora e meia relativamente à dimensão política da obra William Shakespeare. Monólogo. Hora e meia. Académico. Falado em italiano. Nem a vista para a plateia da sala de espectáculos me safou...

My twilight zone moment

Ao chegar ao mercado hoje de manhã, bem cedo porque o nosso autocarro para Revena era pelas 8h30, começo a andar pelas bancadas em montagem à procura do que me trouxera ali. E não é que um dos vendedores, enquanto montava a sua banca, assobiava a música do filme O Padrinho?

Política italiana

A leitura de um jornal de referência como o português Público pode-nos oferecer pérolas como esta...

[...] durante a cimeira do G20, em Londres, quando os líderes mundiais tiravam uma fotografia de grupo, Berlusconi terá assustado a rainha Isabel II ao gritar para o Presidente norte-americano “senhor Obama! sou o Berlusconi”. Sobre Obama Berlusconi dissera, após a eleição do Presidente dos EUA, que “é jovem, bonito e bronzeado”.

Como e porquê esta gente aqui de Itália elegeu Berlusconi para primeiro-ministro? Efeito da globalização ou não, lá por Portugal, o nosso querido líder Sócrates parece ter iniciado uma caça a jornalistas e magistrados com ameaças e processos judiciais. Daquelas coisas que fazem qualquer um estar orgulhoso do seu país e da qualidade da sua democracia. Às tantas faz parte das comemorações do 25 de Abril...

Oh gordo, mas vê se fazes algum exercício quando lá fores...

O meu primeiro dia de ginásio. Bom ambiente. Uma espécie de armazém com dois andares de altura e tecto de madeira e paredes de tijolo creme. Bem organizado. Boa música. Boa selecção de máquinas, a lembrar o saudoso Avenida Top Club.
Para usar um eufenismo para descrever o resultado de hora e meia de exercício, não consigo levantar os braços. Mas ainda tenho que passar a limpo seis páginas de notas e comentários para a nova versão da tese...

Ainda Innsbruck

A fotografia do grupo de aventureiros que pensava que ia a Innsbruck para esquiar...

Bloco de notas de uma cidadã do mundo

A nossa Filipa criou jum novo blogue, chamado Cidadã do Mundo, para dar conta da sua experiência em Valência. Recomendo visitas regulares a começar pelas excelentes fotografias que a Filipa nos mostra. Nada melhor para a nossa job satisfaction!
http://cidadadomundo-invalencia.blogspot.com

Assim, fica completa uma rede de blogues do nosso mestrado que cobre todos as quatro universidades do período de mobilidade. Bologna. Barcelona. Valência. Paris. Agora, é só ir acompanhando as aventuras destes cidadãos do mundo!

Teatro em cinquenta minutos

Esta noite fomos ver ao teatro Bonci a peça Darwin Delle Scimmie de Giorgio Franco. Como se percebe, a peça está centrada na figura de Charles Darwin e no seu revolucionário trabalho científico sobre a evolução das espécies. A surpresa veio quando depois de vinte minutos de apresentações e palavras de ocasião pelo autor da peça, a mesma acabou em cerca de cinquenta minutos. Somado o tempo que i dito Giorgio Franco falou antes e depois da peça, julgo que esta acabou por servir mais como intervalo para o seu monólogo...

A peça foi curta, sim. Mas também foi excelente. Os actores, quase todos eles estudantes universitários aqui de Cesena, incluindo a nossa Renata, estiveram muito bem. Com pouco mais de dois meses para se preparem, e uma semana de ensaios, é incrível o resultado que conseguiram. Ficamos à espera da estreia em Bologna, Renata!

Uma piadina no El Cordobes

Depois da peça de teatro, fomos ao El Cordobes, um pequeno bar gerido por um simpático argentino, mesmo em frente da emblemática e central Barrera Cavour.

Aqui em Itália existem ideias de uma simplicidade invejável. Ideias que queremos logo aplicar no nosso cantinho da Europa. Um exemplo é este hábito generalizado dos cafés e bares italianos de oferecerem, sem qualquer custo adicional, uns aperitifs com a bebida. Nada de muito robuscado ou saudável. Mas, mesmo assim, um miminho muito bem vindo. Hoje, no El Cordobes entre as habituais pipocas e batatas fritas surgiu a piadina. Uma espécie de rodela de pão, com origem nos romanos. A piadina, descobri hoje, através de um rapaz italiano, o Lucas, é típica da Emilia Romagna e não se encontra em outra parte do país. Ha stato benissima!

Emigrante em Coimbra

Este vídeo do Bruno Aleixo está genial. E não é uma mentira do 1 de Abril.

Gran Torino (2009)

Esta noite eu, a Melánie e o Miguel lá nos arriscámos a ir ver, sem legendas, o último filme de Clint Eastwood, Gran Torino. Não foi tão difícil como pensava acompanhar a história. O trabalho de dobragem estava bem feito.

A sala, essa, impressionante. Enorme. Confortável. Excelente ecrã. O filme, esse, está longe de ser dos melhores trabalhos de Clint Eastwood quer como actor, quer como realizador. A história é simples. Dá para gostar. Previsível mas bem contada, divertida onde deve, dramática onde pode. Soa estranho ver aquele caminhar para a morte e não conseguir deixar de pensar que, para todos os efeitos, a idade não perdoa, e é o que está acontecer com Clint Eastwood...

My twilight zone moment

Qualquer pessoa no leito da morte dará como sábio e derradeiro conselho que os italianos são gente corrupta, dada à ladroagem e algo desorganizada. Mas ao que parece o mesmo vale para os austríacos que trataram da reserva dos nossos quartos.

Regresso

Cansado. Maravilhado com algumas coisas. Desiludido com outras. E sem se lembrar que, tendo planeado chegar domingo, não tinha comida fresca para cozinhar no fim-de-semana, nem muito menos uma loja aberta onde a comprar.

Mas de certeza que não fizeram ski?

De certeza. Mas Innsbruck deixa qualquer um de sorriso na cara.

Innsbruck

Innsbruck é uma pequena cidade austríaca, capital do estado de Tirol, servida por um aeroporto e uma universidade, banhada por um rio e cercada de uma impressionante cadeia de montanhas, cujo pico de altura alcança uns invejáveis 3.500 metros. E nós a acrescentarmos pináculos de betão para que o ponto mais alto de Portugal atinja uns humildes 2.000 metros... Em Innsbruck facilmente encontramos empregados dos cafés e lojas , profissionalmente cordiais, que falem italiano. Ao que parece aqui o ski é mais barato que em terras italianas, o que leva anualmente vários milhares de italianos às terras austríacas.

O seu centro histórico tem traços medievais, apenas superados pela espectacular perspectiva da cordilheira coberta de neve como pano de fundo. Pode parecer que não, mas feitas as contas, e com a promessa de devolução do nosso dinheiro, a viagem valeu a pena só por Innsbruck. Abriu apetite para a Áustria, sem dúvida.

Ski weekend at Innsbruck... are you kidding?

Sábado de manhã. Mesa do pequeno-almoço. Havíamos dormido cerca de quatro horas por uns módicos quarenta euros e esperava-nos um diversificado pequeno-almoço. Vem mesmo a calhar para dar energias para o ski, pensámos. Inocentes. Ou burros. Quando se começa uma viagem como nós começámos não podemos esperar menos do que nos aconteceu a seguir.

O pessoal da organização lá nos informou que devido a uma tempestade de neve a nossa estância estava fechada. Neve numa estação de ski, todos sabemos, é mau. Faz frio ao que parece. Foi-nos proposta a alternativa de usarmos outra estância, mas por quinze euros diários. Hipótese que não colheu grande sucesso entre estes iniciantes. Desculpem-me, mas se é para partir uma perna, quero que isso esteja incluído no pacote que paguei, como estava previsto inicialmente. A maioria vence e lá regressámos um dia mais cedo a Bologna. Antes, houve ainda tempo para conhecer o centro histórico de Innsbruck.

Guida per sopravvivere a Innsbruck

Quando descobrimos que não temos hotel pela meia-noite no meio de terras austríacas o melhor a fazer é mesmo relaxar e ler um jornal enquanto se resolve o problema. Mesmo que não saibamos ler alemão...

Quem disse que uma primeira impressão não pode ser mudada?

Sejamos honestos: o famoso adágio da psicologia social que não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão é treta. Chegados ao hotel, contadas que estavam seis horas de viagem num autocarro, descobrimos que o pagamento ainda não foi recebido. Sim, lá tinham as facturas e certificados da transferência mas acharam por bem deixar, em plena meia-noite, um grupo de trinta estudantes estrangeiros na eminência de não terem um quarto para dormir.

Passadas três horas lá temos que ceder à necessidade de pagarmos um sinal. Quarenta euros para um quarto cuja diária é trinta. Quarenta euros para umas escassas quatro horas de sono. O hotel era excelente, a começar no quarto, indo para o pequeno-almoço num buffet riquíssimo, de que abusámos, e terminando na piscina coberta e aquecida que não usámos. Um excelente hotel para ir se tivermos quartos garantidos. Um péssimo hotel para dormirmos com viagens organizadas desta maneira. Depois espantem-se que as pessoas façam má cara...

Começar com o pé direito

Seis horas de autocarro parecem valer a pena quando chegamos a terras austríacas, já de noite, e avistamos neve. Não uns farrapinhos à beira da estrada como apanhamos na nossa portuguesa Serra da Estrela. Neve. Neve a cobrir árvores. Neve a cobrir todo o campo. Neve em tal quantidade que não falamos numa pequena camada mas em vários pés de altura de neve. O sítio perfeito para ski e para um fim-de-semana diferente. Esta foi a minha primeira impressão da região de Innsbruck.

La vita del cani italiani

Já não é nem a primeira, nem a segunda vez que vejo entrar numa loja italiana, despreocupadamente, uma pessoa a ver roupasloja com um cão preso pela trela.

My twilight zone moment

Enquanto assistia à defesa de uma tese de doutoramento pela Universidade de Bologna, na passada sexta de manhã, constato que um dos elementos da assistência, a certa altura, adormeceu. Ou isso ou meditou profundamente sobre o assunto durante alguns minutos.