06 September 2009

Pedro no curioso mundo dos rodeos

Os Estados Unidos têm esta característica extraordinária de nos oferecerem sempre surpresas. E de terem pessoas surpreendentes. Na semana passada, um jovem casal americano, que conhecia há escassas horas, desafiou-me espontaneamente a ir com eles ver um rodeo.

Foi uma boa oportunidade para fotos, como me antecipou o Philip - e tinha razão. Só posso voltar a agradecer ao Philip e à Susannah pela oportunidade de os acompanhar a eles e aos seus dois filhos nesta viagem. Foi uma grande experiência!

Ver um rodeo nesta parte dos Estados Unidos foi, no mínimo, inesperado. Ora, temos esta tendência para imaginar que os Estados Unidos são uma cópia do Texas de norte a sul e oeste a este, ora pensamos que estas coisas só se passam no sul - nos desertos dos filmes de cowboys. As aparências enganam: com uma área igual ao nosso Portugal mas apenas 3 milhões de habitantes, um terço a viver aqui em Portland, o estado do Oregon é sobretudo natureza, florestas, campos agrículas e de pastagem. Neste país, onde tivermos gado, podemos esperar encontrar os tais cowboys...

Foi uma das coisas mais espantosas que vi neste mês que levo nos Estados Unidos. Os americanos sabem o que fazem. Um rodeo é quase uma forma de arte. No fim de contas, esta é uma das suas tradições mais genuínas.

O público responde sofre com a tensão e vibra com vitórias. Vê-se que gostam do que vêem. E vê-se que os que participam no rodeo gostam do que fazem. Os cavalos selvagens que não querem ser montados não querem ser montados. Os cowboys que saltam da montada para atirar por terra os vitelos saltam com força. Os cowboys que disparam com precisão são certeiros. E os que mostram truques com os laços fazem arte.

Ali joga-se muito. A imagem de um homem como homem. A imagem de um negócio. A imagem de uma tradição. Meses de trabalho. Não pude deixar de notar que ao fundo da arena, longe dos olhares do público que observa mais uma exibição, um grupo de amigos ou irmãos se ajoelhava em círculo e rezava antes que um deles montar um cavalo selvagem. É isso que trago dali: aquilo é algo autêntico.





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